há três dias Lisboa chora
e se derrama sem dramas
sobre as águas do Tejo
e ele a recebe inteiro...
há uma semana não durmo
vivendo o que sonhei por anos
nem o Tejo, nem Lisboa sabem
dos meus segredos...
alheios a mim, ambos seguem
teus cursos em silêncio
sem alardes e sem reclamar
há alguma ternura descontente
às margens daqueles que partem
sem despedidas ou saudades
há quem diga que não voltam
mas mesmo os mortos tendem
a boiar d'outro lado do rio.
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